sábado, 11 de dezembro de 2010

Ave mulher

A luz do sol que rompe pela janela ao nascer

empresta ao nosso quarto a luminosidade ideal;

Pois se debruça sob seu corpo semi descoberto

dando-me a visão sublime e ao mesmo tempo irreal.

Sorrio pois percebo que estou te admirando

tal qual a primeira vez que tão minha eu lhe tive.

Que te vendo adormecida em meus braços tão meiga

eu te acordei, pois meu desejo não contive.

Mas como privar-me de ter você em meus braços?

Como não querer de teus beijos desfrutar?

Pois você me toma por inteira mesmo sem toque;

Você me domina e me possui apenas com o olhar.

Assim eu me dou a você de forma única e integral

entregando não apenas meu corpo, mas o meu coração.

Nos teus braços sou menina mulher apaixonada;

Nos teu colo sou o silencio da noite e das estrelas sou a canção.

Junto de ti o meu dia nasce mais feliz e tranqüilo

porque sei que em ti é que encontrei o motivo do meu viver.

Junto a você sou a Fênix em pleno vôo no infinito.

Junto de você sou ave mulher em eterno renascer.

Palhaço apaixonado

Sou um palhaço que caminha pelas ruas escuras

carregando nos ombros o peso de um amor antigo.

Debaixo de minha maquiagem escondo um rosto triste

e um coração amargurado e combalido.

Meus passos são lentos e a cabeça abaixada

esconde as lagrimas que teimam em cair.

Mas se alguém cruza comigo e me olha

imediatamente meu rosto se transforma em um sorrir.

Meus braços pendidos ao longo do meu corpo

por muito tempo desejaram abraçar outro alguém.

Assim como minhas mãos que levavam flores com carinho

hoje vazios, não entregam ou dão nada a ninguém.

Outrora sem a pintura sobre meu rosto e olhos

qualquer pessoa ao me olhar, de desvairada me chamaria,

pois eu caminhava alegre e feliz carregando sonhos

e nas minhas estradas eu jurava que existia só alegria.

Mas o tempo se encarregou de tirar-me as flores.

Dos meus castelos de sonhos, nem cinzas restaram.

Assim tornei-me uma andarilha sem ter para onde retornar;

Um palhaço que insiste em cantar o amor lhe negaram.

Por isso sou tida como tola e insana por muitos.

Eu ate que os entendo porque somente eu sei a razão,

de prosseguir nessa vida aguardando um amor

que pela eternidade prendeu o meu coração.

No entanto cada vez que eu olho para o céu

e vejo refletido nas estrelas o brilho daquele olhar,

reconheço que através das eras infindáveis

o meu amor será dela e que será inútil isso querer mudar

Façam silencio

Façam silencio e não acordem minha fantasia.

Deixem ela adormecida nos braços de Morfeu.

Não roubem a paz deste coração entristecido;

Deixe que ele finja que a solidão o esqueceu.

Deixem que a vida continue a palpitar la fora.

Que ela não se manifeste no pulsar desse meu peito.

Vamos deixar que o negro véu da noite esconda de todos

o meu soluçar nesta folha, como se ela fosse meu leito.

Não riam alto para não o despertar dessa agonia,

como se não me notassem, podem ficar ao meu lado,

mas deixem que minhas lagrimas rolem soltas

e se quiserem andar comigo, por favor o façam calado.

E não pense que o silencio é algo dolorido nessa hora;

Eu preciso dele para meu coração aquietar.

Pois minha ilusão mais uma vez se perdeu

e de novo meu coração sangra e esta a chorar.

Assim o silencio é necessário para poder me conter;

Para não deixar que a tristeza destrua meu Ser.

Pois nem mesmo minhas palavras soltas nessa folha

são suficientes para toda a minha solidão descrever.