Você tocou meu coração e
meu peito encheu–se de alegria.
Minha pele arrepiada
sentiu no seu toque do sol o calor.
Percebi naquele instante
que deixava de ser sozinha
e que a sua presença me
ensinaria o que era o amor.
Abri minhas asas e deixei
me levar sem medo.
Entreguei minha alma ao
sabor do vento como pipa de criança.
Lancei ao espaço do mais
alto cume das montanhas, meus medos.
Sorri trazendo em meus
olhos o brilho de uma nova esperança.
Deitei -me na relva para
olhar as nuvens ligeiras no infinito
que com formas e cores me
desenhavam um céu noturno diferente.
Vi estrelas escondidas que
brincavam sob nuvens de ternura
e o vento me trouxe dos
tempos antigos, uma canção em forma de semente.
Com cuidado e calada eu a
transportei em meus versos
num canteiro de pétalas de
rosas vermelhas por orvalho umedecidas,
para com ternura as depositar adormecidas junto
com meus sonhos,
e bastou umas gotas de
lagrimas para vê-la em cores variadas, explodidas.
Essa eclosão de ternura,
desejo e carinho eu fiquei assistindo
Vendo meu coração num
redemoinho de emoção, se entregar.
Fiquei horas e horas
imersa em uma espécie de supressão de sentidos
como que perdida no
espaço, no vácuo onde não tem ar.
Lá descobri que sou parte
de um todo muito maior
tocando seu corpo descobri
que faço parte dele também.
Que suas asas são as
metades que me faltavam para ser inteira
e que com você eu posso
voar e vou muito mais além.
E descobri o segredo que
se escondia diante de meu medo
tal qual a concha que
esconde uma perola bem no fundo do mar.
Meu coração precisava ser
ferido pela areias da tristeza
para depois descobrir em
você a razão do meu viver, que é te amar.
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